Fialho de Almeida, alentejano natural de Vila de Frades, viveu os últimos anos da sua vida em Cuba, onde veio a falecer e onde se encontra sepultado. Falar de Fialho é falar de um dos mais importantes escritores do panorama literário nacional, dum vulto grandioso da literatura portuguesa, cuja escrita nos revela uma enorme capacidade crítica e irónica e nos presenteia com momentos de uma beleza estética imensa. Na sua obra, diz o próprio Fialho, podemos distinguir três tipos de prosa impressionista: a de romance e descrição, a de artigo crítico e a satírica. Admirado por muitos, ele é dono de um humor dito “ácido” que, frequentemente, contribuiu para inflamar os ódios, as antipatias e os rancores, daqueles não o souberam compreender.
Detentor de um conhecimento profundo da língua portuguesa, que soube engrandecer, deixou-nos um importante legado literário, onde o mordaz das suas críticas se confronta com a beleza impressa nos seus contos. Raul Brandão dizia que Fialho tinha tudo na alma e quem o lê confirma-o. A insubmissão do panfletário expressa na máxima que mais o celebrizou “miando pouco, arranhando sempre e não temendo nunca”, contrasta com a sensibilidade do poeta; uma sensibilidade expressa num texto denominado último bilhete onde, muitos anos antes de morrer, tece alguns comentários sobre a sua própria morte:
Detentor de um conhecimento profundo da língua portuguesa, que soube engrandecer, deixou-nos um importante legado literário, onde o mordaz das suas críticas se confronta com a beleza impressa nos seus contos. Raul Brandão dizia que Fialho tinha tudo na alma e quem o lê confirma-o. A insubmissão do panfletário expressa na máxima que mais o celebrizou “miando pouco, arranhando sempre e não temendo nunca”, contrasta com a sensibilidade do poeta; uma sensibilidade expressa num texto denominado último bilhete onde, muitos anos antes de morrer, tece alguns comentários sobre a sua própria morte:
“Façam-me um caixão de cedros olorantes, forrados com penas de ninhos, e rescendendo às carícias que minha mãi me fazia, ao despertar.
E quando eu morrer, metam-me dentro!
O pano será feito de sonetilhos de todos os poetas líricos que eu apoiei e soube amar, escritos em folhas de rosa – e à volta cantem as boas acções da minha vida; afastem os tolos do meu préstito, e enterrem-me num dia de sol, com a primavera nos gritos das aves, num belo campo aonde hajam lilazes e voos de borboletas.”
E quando eu morrer, metam-me dentro!
O pano será feito de sonetilhos de todos os poetas líricos que eu apoiei e soube amar, escritos em folhas de rosa – e à volta cantem as boas acções da minha vida; afastem os tolos do meu préstito, e enterrem-me num dia de sol, com a primavera nos gritos das aves, num belo campo aonde hajam lilazes e voos de borboletas.”
Para além da grandiosidade e da diversidade de estilos, o conteúdo da sua escrita revela uma enorme atualidade e impele-nos a divulgar o nome deste alentejano, cuja capacidade crítica muita falta nos faz nos dias de hoje. Por isso há que divulgá-lo, ao escritor e à sua obra, para que as gerações vindouras saibam quem foi o homem de pena que encontrou na escrita uma vocação e uma paixão.
A importância do escritor no panorama literário nacional e a sua forte ligação ao concelho de Cuba, nomeadamente nos últimos anos da sua vida, motivam o envolvimento da autarquia em todas as iniciativas que permitam destacar a sua figura e, deste modo, promover um maior conhecimento da vida e obra de Fialho de Almeida. A aquisição do imóvel onde o escritor residiu em Cuba e definição do projeto de arquitetura da futura Casa Museu, o lançamento do Concurso Literário Nacional Fialho de Almeida e a Edição da Coletânea de Contos, o tratamento e disponibilização on-line do espólio de Fialho, são apenas alguns exemplos do trabalho desenvolvido pelo Município.
Cem anos depois da sua morte, os que o viram nascer e os que o acolheram nos últimos anos da sua vida decidiram aliar-se e prestar-lhe homenagem. A estes, juntaram-se os que o admiram e reconhecem nele o inegável valor literário que possui. Esta união de esforços resultou no desenvolvimento de um conjunto de iniciativas que apraz registar para a posteridade e muito orgulha todos os que nelas participaram.
Bem hajam, Fialho merece!
A importância do escritor no panorama literário nacional e a sua forte ligação ao concelho de Cuba, nomeadamente nos últimos anos da sua vida, motivam o envolvimento da autarquia em todas as iniciativas que permitam destacar a sua figura e, deste modo, promover um maior conhecimento da vida e obra de Fialho de Almeida. A aquisição do imóvel onde o escritor residiu em Cuba e definição do projeto de arquitetura da futura Casa Museu, o lançamento do Concurso Literário Nacional Fialho de Almeida e a Edição da Coletânea de Contos, o tratamento e disponibilização on-line do espólio de Fialho, são apenas alguns exemplos do trabalho desenvolvido pelo Município.
Cem anos depois da sua morte, os que o viram nascer e os que o acolheram nos últimos anos da sua vida decidiram aliar-se e prestar-lhe homenagem. A estes, juntaram-se os que o admiram e reconhecem nele o inegável valor literário que possui. Esta união de esforços resultou no desenvolvimento de um conjunto de iniciativas que apraz registar para a posteridade e muito orgulha todos os que nelas participaram.